20 de novembro de 2006

Black Cat Psicadélico

Los chicos e La chica a media luz!













16 de novembro de 2006

E o violão ali tão perto





mais um cantinho criolo que passámos a eleger para abanar a "anca" e "siridjar". Recomenda-se durante a semana.

14 de novembro de 2006

Mais festas




Aniversário numa tasca portuguesa (com certeza!) com direito a petiscos que lembram o nosso país.

7 de novembro de 2006

Com a bola no coração



Há dias tive de descobrir histórias de antigos jogadores de futebol caboverdiano. Levaram-me até Luis Bastos... Para grande parte dos criolos considerado o melhor jogador de futebol do país.
Luis, irmão de Funa Bastos, foi o ponta de lança franzino e estatuto, que tantas glórias deu ao futebol nacional... e que até o Benfica mandou chamar em 66. Não ficou lá, porque não gostou.
Regressou aos jogos na Várzea, aos golos e às fintas mágicas. Aos aplausos de todos os que muitas vezes o carregaram em ombros.


Hoje, é um homem de rosto enrugado pelo tempo e pela vida, caminhando com a ajuda de uma muleta e com uma mágoa grande no coração.
O povo, que muitas vezes o aplaudiu, esquecera-se dele.
A Várzea onde tantas vezes jogou, o estádio que já teve o seu nome, hoje é lugar proibido, onde um dia lhe barraram a entrada.
Cometeu erros no passado, pagou judicialmente por eles... mas a pena maior seria para toda a vida- a indiferença do seu povo, dos governantes que reajem com ingratidão ao passado desportivo de Luis Bastos.
Apeteceu-me fazer algo- promover um movimento de solidariedade, um jogo de futebol, em honra de Luis Bastos- algo que mostrasse que o povo de Cabo Verde não é tão ingrato assim...
Lembrei-me do Maradona na Argentina- a analogia poderá parecer exagerada, mas na verdade também ele errou- e muito- cumpriu penas e no entanto sempre foi reconhecido como o grande jogador daquele país... Nunca deixou de ouvir os aplausos. As ovações no estádio...

Por isso sugiro a todos os cabo verdianos que se unam por esta causa e não deixem morrer as memórias do país no esquecimento....

Nota: O Nha Terra, Nha Cretcheu fez várias reportagens sobre desporto em Cabo Verde, incluindo antigas glórias.
Hoje e Domingo na TCV
Quinta na RTP África às 20.15 de Cabo Verde

3 de novembro de 2006

Já passou um ano!!







Pois é, foi um ano de grandes emoções...

- Dois programas de televisão no ar
- Duas campanhas vitoriosas
- Muitos funanás dançados
- Alguns litros de grogue
- Centenas de milhas voadas
- Milhares de mergulhos no mar
- Uns quantos quilos de cachupa
- 5000 viewers do blog
- Um casamento pelo meio
- E, (infelizmente) um funeral- o do saudoso Marquês.

Mais memórias de um ano sabi!!!










Um ano





Faz um ano que pisámos Cabo Verde. Por isso aqui vai uma homenagem a 365 dias de emoções fortes, alegrias, tristezas, muita farra e muito trabalho.
Saudades dos que já partiram- estarão sempre presentes na memória de quem ficou pelas ilhas criolas.
A nós, que ainda cá estamos, um grande brinde! Valeu a pena porque a amizade é um valor supremo.
À Rafeira- que entretanto se infiltrou- até já- tens sido uma boa companheira....

(à noite, grogue pra comemorar!!!)

2 de novembro de 2006

De água vestidos

O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a húmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama.

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Sob o chuveiro amar, sabão e beijos,
ou na banheira amar, de água vestidos,
amor escorregante, foge, prende-se,
torna a fugir, água nos olhos, bocas,
dança, navegação, mergulho, chuva,
essa espuma nos ventres, a brancura
triangular do sexo - é água, esperma,
é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?

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Homem deitado

Não se levanta nem precisa levantar-se.
Está bem assim. O mundo que enlouqueça,
o mundo que estertore em seu redor.
Continua deitado
sob a racha da pedra da memória.

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Lembrete

Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.

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Carlos Drummond de Andrade

Só se muda o jeito à mão e não o tema

E posto que viver me é excelente
cada vez gosto mais de menos gente.

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Evitarei ter demais
e gastarei sempre menos
qualquer navio nenhum cais

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Permitireis que vos diga
sem ser em minha defesa
que sou da gente africana
e da terra portuguesa

quando se redimir África
de Europa se desprendendo
já não terei mais saudades
nela Portugal eu vendo

igual se este meu norte
se libertar a si mesmo
e se soltar dessa Europa
que o atropelou a esmo

no que foi se torna o povo
igual ao que é o sul
e brilhará sol eterno
em céu de amor e azul

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Agostinho da Silva